Após
sessão de debate acirrado, que durou mais de sete horas na Câmara dos Deputados
nesta terça-feira, 30, o projeto de redução da maioridade penal de 18 para 16
anos para crimes hediondos, conforme proposta da PEC 171/93, foi rejeitado.
Foram 303
votos a favor, no entanto, o mínimo de votos necessários para aprovar a mudança
seria 308. Os votos contrários ao projeto somaram 184 e três abstenções foram
registradas.
A
proposta permitiria que adolescentes entre 16 e 18 anos fossem julgados e
condenados como adultos para crimes considerados hediondos, como estupro,
latrocínio e homicídio qualificado.
Os jovens
ainda poderiam ser condenados em casos de lesão corporal grave ou lesão
corporal seguida de morte e roubo agravado (quando há uso de arma ou
participação de um ou mais criminosos).
O projeto
rejeitado nesta terça é substitutivo, apresentado na comissão especial que discutiu
o tema. Com a rejeição, os deputados terão agora de votar a PEC original, que
prevê a redução da maioridade para todos os tipos de crimes.
Os
protestos contra a aprovação da proposta reuniram integrantes de organizações
estudantis, centrais sindicais e movimentos sociais contrários a redução da
maioridade penal. Em frente ao Congresso Nacional, o gramado foi ocupado por
manifestantes com faixas e cartazes. Durante a sessão, deputados contrários ao
projeto empunhavam cartazes de “Não à redução” e “Educar é mais eficiente que
punir”. Após a decisão, manifestantes comemoraram a rejeição cantando o Hino
Nacional.
Alternativa
O governo
se posicionou contra a redução e defendeu como alternativa a alteração no
Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) para aumentar o tempo de internação
para os adolescentes que cometerem crimes graves, além de mudanças na
legislação para endurecer as penas para quem aliciar adolescentes para a
prática de crimes. “Não podemos agir emocionalmente, mas também não podemos deixar
de dar uma resposta para a sociedade. E o governo está propondo essa mudança”,
afirmou Guimarães.
Redação O POVO Online, com
informações da Agência Brasil
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