segunda-feira, 6 de junho de 2011

Estudo aponta que escolas subutilizam os resultados das avaliações

No segundo semestre de 2011, alunos do 5° e 9° ano do ensino fundamental participam da Prova Brasil, uma das principais avaliações do Ministério da Educação (MEC). É a partir dos resultados do exame que é calculado o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), indicador que aponta em uma escala de 0 a 10 qual é a qualidade de cada escola, rede municipal ou estadual.
Apesar de servir de parâmetro para que as escolas possam detectar problemas e modificar sua atuação, muitas ainda não sabem como utilizar esses resultados. Pesquisa da Fundação Carlos Chagas com 400 coordenadores pedagógicos de 13 capitais apontou que muitos desconheciam o índice.

Quase metade (47%) deles, ao ser perguntado qual era o Ideb da sua escola, citava um número superior a 10. “Sabendo que o índice pode servir para o planejamento e ações de todos educadores da escola e que há metas governamentais a cumprir, esse desconhecimento é preocupante”, revela o estudo.
Para Amaury Gremaud, professor da Universidade de São Paulo (USP) e presidente do Conselho Consultivo da Avalia Educacional [empresa de avaliação de escolas e sistemas de ensino do grupo Santillana], as avaliações ainda são subutilizadas pelas escolas. “Isso melhorou muito, as secretarias de educação estão bem próximas dos dados, eles não vão só para a gaveta de quem produz. Mas do ponto de vista do planejamento das escolas, ainda há muito espaço para trabalhar essas informações”, afirma.

O índice, por exemplo, não leva em conta o contexto social e econômico dos alunos – fator que pode influenciar o processo de aprendizagem e o desempenho final do estudante. Ele mede o "ponto de chegada", mas não o "ponto de partida" da escola, explica Gremaud. Por isso uma estratégia interessante é comparar os resultados da escola com outras unidades da mesma rede de ensino que atendam um público semelhante.
“Se você procura uma escola que tem condições próximas, mas um desempenho melhor, é sinal de que é preciso avaliar alguns processos. A direção pode comparar, por exemplo, se a equipe da outra escola passou por algum processo de treinamento diferenciado ou se o currículo é organizado de uma forma diferente. É olhar um pouco o que está dando certo em outros lugares”, recomenda Gremaud.


Com informações da Agência Brasil

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